A BUSCA DA HEGEMONIA AMERICANA 3.0 E A ASCENSÃO CHINESA: ENTRE A TRANSNACIONALIZAÇÃO DO CAPITAL E A VOLTA DO CONFLITO INTERESTATAL

  • Giorgio Romano Schutte Universidade Federal do ABC (UFABC)
Palavras-chave: Hegemonia dos EUA; rivalidade interestatal; ascensão chinesa; concorrência oligopolista; quarta revolução industrial., Hegemonia dos EUA, Rivalidade Interestatal, Ascensão Chinesa, Concorrência Oligopolista, Quarta Revolução Industrial

Resumo

Os Estados Unidos enfrentaram com êxito, no início da década de 1980, a crise do modelo de hegemonia construído no pós-guerra, gerando uma hegemonia 2.0. A partir da primeira década de 2000 enfrentam um desafio similar. Ao mesmo tempo a China iniciou um processo de expansão, no intuito de superar sua posição de coadjuvante do capitalismo estadunidense. Uma China mais autônoma e assertiva começou a disputar o controle de tecnologia, desenvolver marcas e conquistar mercados para ela mesma organizar e centralizar cadeias globais de valor, subir na hierarquia da divisão internacional de trabalho e se apropriar de uma parcela maior do valor adicionado. A disputa se concentra no domínio da nova revolução tecnológica, conhecida como Indústria 4.0, que envolve a concorrência entre oligopólios e a disputa entre países mais avançados. A rivalidade interestatal se mistura com a concorrência oligopolista.

Na leitura de Panitch e Gindin, os EUA continuariam firmes no comando do sistema capitalista global, e a China estaria estruturalmente condenada a seguir o caminho do Japão na década de 1980. Há, porém, uma grande diferença entre o Japão e a China: a vontade de ser potência não para criar uma nova ordem mundial, mas para garantir a continuidade do processo de crescimento e desenvolvimento chinês, condição sine qua non para manter a dominação do Partido Comunista Chinês.

Biografia do Autor

Giorgio Romano Schutte, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Professor de Relações Internacionais e Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC). Membro do corpo docente dos programas de pós-graduação de Economia Política Mundial (EPM) e de Relações Internacionais (PRI). Apoio da Capes. Bolsa Produtividade CNPq. 

Publicado
2019-06-02