• América Latina na conjuntura pós-pandemia: a crise do sistema e a nova Guerra Fria
    v. 7 n. 9 (2024)

    A presente publicação da revista Mundo e Desenvolvimento tem como tema "América Latina na conjuntura pós-pandemia: a crise do sistema e a nova guerra fria". Os artigos são resultado dos debates da XXIII edição do Fórum de Conjuntura, realizado anualmente desde 2000. O Fórum de 2023 contou com a organização do Grupo de Pesquisa CNPq Estudos da Globalização; do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp; do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unesp de Marília/SP; do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Unesp de Marília/SP; e do Departamento de Relações Internacionais da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus de Osasco/SP. Nessa recente edição, o Fórum teve o propósito de examinar a intricada teia política, econômica e social que envolve a América Latina no período pós-pandemia de COVID-19. O evento ocorreu em um cenário onde a crise estrutural do capitalismo global persiste, enquanto a luta pela hegemonia mundial se intensifica. Neste contexto, a região enfrenta desafios consideráveis, destacando-se a tendência de baixo crescimento econômico, a deterioração da crise ambiental e os complexos problemas sociais que afetam profundamente suas sociedades. Os artigos resultantes deste fórum estão sendo publicados na revista Mundo e Desenvolvimento, do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da UNESP, em sua nona edição.

  • DOSSIÊ BRASIL 200 ANOS: quem somos e para onde vamos
    v. 6 n. 8 (2022)

    O ano de 2022 comemora-se os 200 anos de nossa república e os 100 anos de 1922. Ano que foi o auge de inúmeros acontecimentos e debates que marcaram decisivamente a história brasileira. Em 1922, comemorava-se o centenário da Independência que ainda estava marcada pelo então denominado belle époque, pelo estrangeirismo nas artes e na cultura, na importação de hábitos de costumes e pelo arrivismo. O país era dominado pelas oligarquias que se revezavam no poder, implementando uma política econômica conservadora, e representavam o passado colonial de nossas relações sociais. Foi em 1922 que tivemos a fundação do Partido Comunista Brasileiro, dos prenúncios do movimento tenentista, que fora os 18 do forte de Copacabana que saíram às ruas demonstrando a insatisfação com a política vigente. O ponto alto desse movimento de contestação é sem sombras de dúvidas a semana de Arte de Moderna em 1922, que não se restringiu a fins meramente estéticos, pois criou novas formas de pensar e conhecer o Brasil a partir da arte, da cultura e da literatura.

    O ano de 2022 pode se inserir em marco histórico também, não apenas pelas efemérides dos 200 anos da República e dos 100 da semana de Arte Moderna, mas por marcar, mesmo que eleitoralmente, a derrota da extrema direita de caráter fascistizante que solapou a sociedade brasileira com uma política genocida na pandemia levando a mais 600 mil mortos, ferida aberta que ainda arde em muitas famílias brasileiras que convivem com as perdas de entes queridos. Por outro lado, o ano de 2022 abre possiblidades futuras de pensar caminhos alternativos para o país e para a construção da nação. A revista Mundo e Desenvolvimento realiza mais um dossiê procurando analisar a realidade nacional a partir dos 200 de nossa República, ao buscar elementos para pensar a estrutura da sociedade brasileira diante de seus dilemas, desafios e possibilidades.  Para isso, organizamos um conjunto de texto e autores que aborda a realidade nacional em perspectiva histórica e estrutural, tendo como componente os movimentos sociais, a política institucional, a produção da ciência e etc.

    Hegel, no livro Filosofia da História, relata o diálogo entre Goethe e Napoleão, no qual o grande general francês afirmava que não eram mais os deuses, mas a política, que agora definia o futuro das nações no mundo moderno. De forma similar, foi a ação da política, fruto de um complexo arranjo no qual se articularam forças políticas heterogêneas, que levou à criação do Estado brasileiro em 1822. Essas mesmas complexidade e heterogeneidade, que continuaram operando desde então, nos levaram ao ponto em que estamos hoje, com suas virtudes e defeitos. Assim, é a ação política consciente, que considera as potencialidades e as limitações de nosso processo de formação, que definirá o nosso futuro.

    Boa leitura!

    André Scantimburgo - Editor-chefe da Revista Mundo e Desenvolvimento

    Marcelo Augusto Totti - Organizador do dossiê

    Marcos Cordeiro Pires - Coordenador do IEEI

  • Dossiê: XXI Fórum de Análise de Conjuntura - "América Latina e os impactos multidimensionais da pandemia"
    v. 6 n. 7 (2022)

    Neste número, discutimos temas de grande interesse para a sociedade, como análises políticas, econômicas, geopolíticas e sociais. Na coleta de artigos contamos com a colaboração dos organizadores do “XXI Fórum de Análise de Conjuntura ‘Covid19: América Latina e os impactos multidimensionais da pandemia’”, realizado em julho de 2021, numa parceria entre a Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília e da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, Unifesp – Campus de Osasco.

     

     

    Organizadores da edição:

     Dr. Marcos Cordeiro Pires – Coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais

    Dr. André Scantimburgo – Editor-chefe da Revista Mundo e Desenvolvimento

    Dr. Agnaldo dos Santos (Unesp/FFC)

    Dr. Francisco Luiz Corsi (Unesp/FFC)

    Dr. Luis Antonio Paulino (Unesp/FFC)

    Drª. Marina Gusmão de Mendonça (Unifesp)

  • A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO
    v. 5 n. 06 (2021)

    O presente número da Revista Mundo e Desenvolvimento tem por foco o resgate das ideias de importantes intelectuais que ajudaram a pensar o Brasil no campo das Ciências Sociais na perspectiva do desenvolvimento. Longe de ser um tema eminentemente das ciências econômicas, intelectuais de diversas áreas do conhecimento trouxeram contribuições interdisciplinares para pensar o desenvolvimento nacional. Alia-se ao fato de que vivenciamos uma conjuntura demarcada pela grave crise econômica, desemprego, queda do nível de renda e consumo na sociedade brasileira. Em meio a essa encruzilhada, em que carecemos de perspectivas abrangentes acerca de nós e de nosso futuro como nação, torna-se uma tarefa essencial resgatar as ideias e o contexto que ajudaram a formar a consciência brasileira. Neste número, contamos com a contribuição de dez artigos que buscam refletir sobre alguns desses importantes pensadores.

  • Dossiê “Negacionismo e pandemia: um debate sobre ciência, política, cultura, economia e sociedade”
    v. 5 n. 5 (2021)

    Apresentamos ao público o 5º número de Mundo e Desenvolvimento, revista acadêmica do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). A atual edição discute a emergência das narrativas negacionistas em meio à pandemia do COVID-19. Estudos sobre essa questão apresentam-se atualmente como fundamentais para compreender a realidade atual e criar estratégias para enfrentá-la, tendo em vista que posturas de negação não apenas da ciência strictu sensu, mas também do bom senso, permeiam hoje os debates políticos em suas dimensões culturais, econômicas e religiosas. Apresentando-se, assim, como o principal desafio para a humanidade nestas primeiras décadas do século XXI, diante de uma crise que se apresenta de forma multifacetada, com destaque para o avanço da direita.

    Os artigos discutem, sob perspectivas variadas, um conjunto das indagações relativas ao tema: a) interesses políticos e econômicos subjacentes aos discursos contra a ciência e a universidade; b) apoio e incentivo às posturas truculentas na abordagem das artes, do comportamento e da religião; c) insistência na negação de evidências, tanto nas ciências naturais quanto na economia, como estratégia de arregimentação política.

     

    Organização do Dossiê

    Agnaldo dos Santos

    Francisco Luiz Corsi

    Luis Antonio Paulino

    Marina Gusmão de Mendonça

     

    André Scantimburgo (Editor-Chefe da Revista Mundo e Desenvolvimento)

    Marcos Cordeiro Pires (Coordenador do IEEI/UNESP)

  • DOSSIÊ AMAZÔNIA: CRISE AMBIENTAL E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL E SUSTENTÁVEL
    v. 3 n. 4 (2020)

    É com um imenso prazer que apresentamos o quarto número da Revista Mundo e Desenvolvimento, que se dedica a pensar as questões relacionadas à crise ambiental e aos desafios do desenvolvimento nacional e sustentável da região Amazônica. Este tema ganha especial relevância num momento em que a Amazônia se torna o pivô do debate mundial sobre a Mudança Climática, sobre a capacidade de gestão nacional acerca de seus recursos naturais no sentindo de refrear o desmatamento, as queimadas e o garimpo ilegal. Diante das dificuldades (ou do desinteresse) do governo brasileiro em apresentar uma solução viável para esses problemas, os papéis da academia e da cidadania assumem maior relevância na busca de caminhos para atingir o objetivo de um desenvolvimento nacional, sustentável e socialmente equitativo.

    O primeiro artigo desta coletânea “Dinâmica do processo de integração da Amazônia ao restante do país: breves considerações a partir de 1960”, formulado por Sérgio Moreno Redon, Sara Ferreira e Aline de Oliveira Lima, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), articulam o processo de integração econômica realizada pelo governo federal a partir de 1960, com a Amazônia. Esse processo na concepção do(as) autor(as) desvelam um choque causado pela intensificação do avanço do processo de acumulação de capital, gerador de efeitos da desconcentração produtiva espúria, à biodiversidade e as especificidades do espaço social amazônico. Esse preâmbulo perpassa pela análise de uma bibliografia que enunciam os efeitos deletérios gerados à Amazônia pela implementação dos polos produtivos exportadores, selecionados para extração de recursos naturais dos seus territórios.

    O artigo “Agroecologia e os territórios do movimento: da transição e solidariedade agroecológica à emancipação feminina na Amazônia paraense”, produzido por José Sobreiro Filho, Bruna Gonçalves Costa e Anderson Antônio Silva, da Universidade Federal do Pará (UFPA), trata de debater sobre a agroecologia como exemplo de política contenciosa territorial construída a partir de duas experiências agroecológicas situadas no nordeste paraense e na Região Metropolitana de Belém (RMB). A partir destas experiências buscam desvelar como a transição agroecológica, no contexto da política de escalas, extrapola a escala do lote e produz efeitos ecossistêmicos positivos ao conjunto da sociedade.

    No artigo “Pobreza e saneamento básico: uma análise para municípios minerados do Pará”, Daniel Nogueira Silva, Antônia Larissa Alves Oliveira e Emílio Campos Mendes, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) buscam as condições de saneamento básico das populações em situação de pobreza e extrema pobreza nos três principais municípios minerados do Estado do Pará, precisamente, Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás, com base na análise descritiva das variáveis relacionadas ao acesso a água e esgotamento sanitário nesses municípios. Os autores trazem uma importante discussão sobre os resíduos gerados por estas atividades econômicas e pelo aumento da taxa de urbanização nesses municípios.

    Em “A questão social da sustentabilidade na Amazônia: uma análise da produção de óleo de buriti para a indústria de biocosméticos”, Rute Holanda Lopes Alves, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Katia Viana Cavalcante (UFAM) e Suelania Cristina Gonzaga Figueiredo(IME) analisam a inclusão de comunidades amazônicas na cadeia produtiva de produtos industrializados, iniciativa que costuma ser defendida por certos setores ambientalistas como opção de desenvolvimento sustentável para estas comunidades e para melhoria do processo produtivo como um todo, seja pela redução de bases químicas e pelo uso de fontes de matérias-primas ecológicas. No entanto, a experiência mostra que, em muitos casos, a atividade é iniciada e posteriormente abandonada pelas empresas prospectoras. Para a análise, foi realizado um estudo de caso na Comunidade Santo Antônio do Abonari/Presidente Figueiredo-AM, que teve como finalidade analisar sua inserção na cadeia produtiva de cosméticos como fornecedora de óleo de buriti para as indústrias que produzem ou que beneficiam este produto.

    No artigo “Biodiversidade e desenvolvimento na Amazônia: uma perspectiva do paradigma tecnológico da Quarta Revolução Industrial”, o pesquisador Bernardo Salgado Rodrigues, da UFRJ e da Escola de Guerra Naval (EGN), propõe analisar a hipótese de uma via alternativa de desenvolvimento na Amazônia brasileira, que não se restringe a conservá-la, inviabilizando sua potencialidade, nem atuar de forma predatória, com acesso aos recursos naturais de forma irracional. Baseado num projeto autônomo de desenvolvimento brasileiro, este se pautaria pela exploração racional da biodiversidade baseada em Ciência, Tecnologia e Inovação, lastreada pela 4ª Revolução Industrial como bases para o desenvolvimento na Amazônia.

    O professor Ronaldo Joaquim da Silveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e o pesquisador Lobão Pedro Henrique Ramos Prado Vasques, do Instituto Nacional de Ciência de Tecnologia para estudos sobre Estados Unidos (INCT-INEU), no artigo “A dupla afetação do Território Wîi Tîpî - Terra Indígena Raposa Serra do Sol e Parque Nacional do Monte Roraima: o desafio da Jusdiversidade” buscam discutir o desafio da gestão de territórios indígenas duplamente afetados por espaços territoriais especialmente protegidos. No caso concreto, analisa a relação entre o território indígena Wîi Tîpî e o Parque Nacional do Monte Roraima (PNMR), ambos circunscritos pela Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS), em Roraima. Tem por hipótese que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Petição n. 3.388/2005, que tratou da homologação em área contínua da TIRSS, consolidou um movimento de marginalização do protagonismo indígena na gestão desses espaços. Ao invés de produzir um cenário de maior jusdiversidade e autonomia, o processo judicial teria alçado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como protagonista nesses espaços, ampliando o caráter tutelar que as instituições estatais continuam adotando no trato dos direitos indígenas.

    O artigo do Professor Alfredo Alejandro Gugliano (UFRGS) e da Promotora de Justiça do Ministério Público no Estado de Rondônia, Dra. Aidee Maria Moser Torquato Luiz, “O caminho se faz caminhando: audiências públicas como instrumentos para aperfeiçoar políticas participativas no caso das barragens do Rio Madeira”, discute o modelo de políticas públicas voltadas para processos de decisão, com ênfase na instalação de empreendimentos que geram impactos sociais e ambientais de grandes proporções e como eles se apropriam dos espaços, aniquilando os usos e costumes das populações atingidas, e alteram as condições socioambientais, gerando conflitos e dilemas. Para tanto, valem-se do caso da licitação das usinas do Rio Madeira para analisar a participação cidadã nas audiências públicas como instrumento legal de formulação de políticas públicas.

    O último artigo do dossiê, “Amazônia em chamas: por uma governança transnacional ambiental Multinível”, foi escrito pelos professores da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) Paulo Márcio Cruz, Zenildo Bodnar e Márcio Ricardo Staffen, em que trazem à tona a questão da governança transnacional para uma proteção, defesa e gestão de recursos naturais de dimensões planetárias, como é o caso da Amazônia, que vem sendo fortemente impactada pelas recentes queimadas de ampla divulgação midiática, de acalorados debates diplomáticos e atuação de atores não-estatais.

    Na seção de miscelânea, o professor Francisco Luiz Corsi (Unesp-Marília), em seu texto “O capitalismo global e a pandemia” tem por objetivo discutir, sob o ponto de vista da dinâmica da acumulação de capital na economia mundial, a crise econômica desencadeada pelo coronavírus (COVID-19) e seus desdobramentos. O autor parte do pressuposto de que a compreensão da dimensão da referida crise só é possível se a situarmos no contexto de instabilidade e de crises recorrentes do capitalismo global.

    Por fim, esta edição é concluída com duas resenhas. A primeira, sobre a obra de Andrés Serbin “Eurasia y América Latina en un mundo multipolar” (Icaria/CRIES; Barcelona/Buenos Aires, 2019, 200 p.). A segunda, sobre o libro “Política, Cultura e Sociedade na América Latina: estudos interdisciplinares e comparativos (volume 6)”, organizado por Lídia O. Xavier, Carlos Dominguez Avila e Vicente Fonseca (Curitiba: Editora CRV, 2020, 510p.) Ambas as resenhas foram feitas por Marcos Cordeiro Pires (Unesp-Marília).

    Esperamos que este número possibilite amplo debate sobre a Amazônia, sua biodiversidade, fronteiras, limites e desafios à preservação, como discutidos nos artigos deste dossiê, e possibilite a construção de novos horizontes para as políticas ambientais atualmente em curso no país.

     

    Boa Leitura!

     

    Dr. André Scantimburgo (Editor-Chefe)

    Dr. Marcos Cordeiro Pires (Coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da UNESP)

     

    Organizadores deste Número

    Dr. Luís Antonio Paulino (UNESP)

    Dr. Rafael Gonçalves Gumiero (UNIFESSPA)

    Drª. Silvia Aparecida de Sousa Fernandes (UNESP)

  • Crise do Multilateralismo
    v. 2 n. 3 (2019)

    O terceiro número da Revista Mundo e Desenvolvimento apresenta Dossiê Temático sobre a crise do multilateralismo. O objetivo central da Edição é congregar uma seleção de artigos que, a partir de perspectivas e análises especificas, contribuam para o entendimento do significado, das razões e das consequências da crise do multilateralismo no século XXI. Esse é um tema de relevância acadêmica e política para as Relações Internacionais, na medida em que, entre outros aspectos, envolve questões relacionadas às possibilidades de ação coletiva e cooperação internacional, com significativo impacto para as estratégias e agendas de desenvolvimento, tanto no âmbito interno dos Estados, quanto no âmbito global.

    O conceito de multilateralismo e a noção de crise não são intuitivos. Entre as perspectivas teóricas há diferentes entendimentos sobre estas duas noções e a sua própria inter-relação. Mesmo assim, um entendimento que guarda relativo consenso é o de que o multilateralismo envolve um tipo de coordenação intencional e uma forma de interação entre os atores do sistema internacional visando respostas coletivas a problemas internacionais diversos. É um fenômeno condicionado por fatores contextuais, configurações de poder, normas e expectativas compartilhadas e que tem como um de seus espaços institucionais os regimes e as organizações internacionais.

    Assim, mudanças no equilíbrio de poder internacional ou no eixo dinâmico da economia internacional, como as que presenciamos nos anos 2000, certamente impactam o multilateralismo e os regimes internacionais, sendo duas razões estruturais para a situação de crise. As múltiplas dimensões e a rivalidade geopolítica entre os Estados Unidos e a China impactam o funcionamento do multilateralismo tradicional e ensejam novas formas de cooperação, partindo de núcleos distintos. Contudo, o significado da crise do multilateralismo, suas consequências e os desafios enfrentados pelas instituições internacionais variam conforme a natureza dos atores relevantes que compõem as áreas de governança, assim como o desenho institucional das instâncias decisórias.

    Situações de crise não são estranhas às relações internacionais. Boa parte da disciplina acadêmica de Relações Internacionais surgiu e se desenvolveu buscando entender as razões das crises internacionais. Do ponto de vista normativo, buscando formas de se evitar as crises e os conflitos. No caso do multilateralismo, pela sua própria característica, dificuldades e momentos de crises talvez sejam aspectos constitutivos da sua natureza. A questão é que há elementos, que se fortaleceram no desenrolar da segunda década dos anos 2000, no bojo da emergência de lideranças políticas conservadoras e de um nacionalismo não cooperativo em países que tiveram papel relevante na construção do multilateralismo no pós Segunda Guerra Mundial, que colocam desafios adicionais para as perspectivas de governança internacional. A título de exemplo, note-se a decisão recente da administração de Donald Trump nos Estados Unidos, de não aprovar a indicação de novos membros para o Órgão de Apelação do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, fato que praticamente inviabiliza a continuidade da existência desta instância multilateral de solução de controvérsias comerciais.

    Em diferentes áreas temáticas, os regimes internacionais têm encontrado dificuldades crescentes para avançar entendimentos coletivos e há uma série de negociações internacionais paralisadas ou em sérias dificuldades em temas como mudanças climáticas e não proliferação, ao mesmo tempo em que crescem as formas de cooperação fragmentadas e informais. Adicionalmente, a crise do multilateralismo tem impactado outras temáticas de relações internacionais, como a cooperação na exploração espacial, os acordos sobre o meio ambiente, o estabelecimento de padrões da Internet e da tecnologia de 5G, o fornecimento de terras raras, a geocultura, etc. Na América Latina, a crise do multilateralismo apresenta características e dinâmicas particulares, que tem motivado novos esquemas de pensamento e estratégias de análise diante dessa realidade.

    No âmbito institucional, a crise do multilateralismo nas Américas se manifesta no âmbito de organizações como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos(CELAC), a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e mesmo de outras instituições, mas também no âmbito da coordenação ou da não coordenação das ações dos Estados nas respostas às situações de crise que envolvem países da região. Há um enfraquecimento de uma lógica de ação coletiva e um fortalecimento de perspectivas que enfatizam diferenças, cujas consequências geopolíticas e econômicas para os Estados e para a região como um todo não estão totalmente claras. As dificuldades do multilateralismo, cuja perda de um espaço institucional sul-americano é um dos sintomas recentes, colocam novos desafios para as possibilidades de desenvolvimento dos países e da região e para a resolução de crises, como é o caso da situação da Venezuela.

    Para o Brasil, a crise do multilateralismo nas Américas representa uma diminuição na capacidade de ação brasileira na região. As experiências recentes de regionalismo, como o Grupo de Lima ou o Prosul, que privilegiam a interação e não a cooperação ou a integração regional parecem refletir certo desengajamento em relação às possibilidades de um multilateralismo abrangente e inclusivo, fortalecedor da posição do Brasil e da América Latina no mundo.

    Os textos do presente Dossiê buscam contribuir para o entendimento das questões colocadas acima, tanto do ponto de vista teórico, quanto do ponto de vista empírico, abordando dimensões da crise do multilateralismo que envolvem o âmbito regional e o multilateral, além de agendas específicas, como a agenda de cooperação para o desenvolvimento e a cooperação transgovernamental.

    Boa leitura!

    Dr. André Scantimburgo (Editor chefe)

    Dr. Daniel Morales (Organizador da edição)

    Dr. Haroldo Ramanzini Junior (Organizador da edição)

    Dr. Marcos Cordeiro Pires (Coeditor chefe)

  • Os desafios e as possibilidades das relações entre a República Popular da China e a América Latina
    v. 2 n. 2 (2019)

    O segundo número da Revista Mundo e Desenvolvimento tem seu dossiê dedicado ao tema: Os desafios e as possibilidades das relações entre a República Popular da China e a América Latina. Conforme se pode constatar por muitos indicadores, esta relação vem apresentando um salto expressivo desde o começo do Século XXI. O volume do comércio exterior, os investimentos diretos, tanto em fusões & aquisições como em greenfields, os empréstimos e financiamentos e as iniciativas de cooperação técnico-científica têm aumentado expressivamente. De forma similar, o grau de articulação política entre a China e muitos países da região tem se intensificado, de modo que foram firmados vários  acordos de “parcerias estratégicas”.

    Em janeiro de 2018, no Chile, por ocasião do Fórum China-Celac, o Ministro de Relações exteriores da China, Wang Yi, convidou os países da região para se somarem à Iniciativa Cinturão e Rota, o grande projeto chinês de construção de infraestruturas. As discussões nesse sentido continuam.

    Por outro lado, este maior envolvimento da China com a América Latina, tradicional área de influência dos Estados Unidos, tem provocado muitas inquietações entre os setores influentes de Washington. O que antes era visto como uma relação meramente comercial entre os países da região e a China, passou a ser visto com desconfiança pelo governo americano. Tal mal-estar foi externado pelo ex-secretário de Estado Rex Tillerson, em 12 de fevereiro de 2018, ao advertir a América Latina contra os “imperialismos” de China e Rússia. A substituição de Tillerson por Mike Pompeo fez com que essas críticas fossem exponencializadas. O estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Panamá, a República Dominicana e El Salvador, no período de 2018-2019 provocou forte descontentamento por parte de Mike Pompeo, que em 19 de outubro de 2018 protestou contra os negócios desses países com a China.

    Por conta dessas questões, este dossiê sobre as relações sino-latino-americanas busca trazer novos elementos para o debate. Os dois primeiros capítulos buscam oferecer uma abordagem abrangente sobre o contexto mundial que condiciona essas relações. O professor da UFABC, Dr. Giorgio Romano Schutte, em seu texto “A busca da hegemonia americana 3.0 e a ascensão chinesa. Entre a  transnacionalização do capital e a volta do conflito interestatal”, chama atenção ao fato de que os Estados Unidos enfrentaram com êxito, no início da década de 1980, a crise do modelo de hegemonia construído no pós-guerra, gerando uma hegemonia 2.0.

    A partir da primeira década de 2000, os estadunidenses voltam a enfrentar um desafio similar, desta vez por parte da China, justamente quando inicia um processo de expansão, no intuito de superar sua posição de coadjuvante do capitalismo estadunidense. Uma China mais autônoma e assertiva começou a disputar o controle de tecnologia, desenvolver marcas e conquistar mercados para ela mesma organizar e centralizar cadeias globais de valor, e subir na hierarquia da divisão internacional de trabalho e se apropriar de uma parcela maior do valor adicionado.

    A disputa se concentra no domínio da nova revolução tecnológica, conhecida como Indústria 4.0, que envolve a concorrência entre oligopólios e a disputa entre países mais avançados. Tal como discute Schutte, a rivalidade interestatal se mistura com a concorrência oligopolista.

    Já o comunicador e ex-embaixador do Chile em Pequim, Fernando Reyes Matta, em seu artigo “Otra vez la guerra fría asoma en la américa latina”, faz uma reflexão sobre o recrudescimento de uma mentalidade de guerra-fria em nossa região. De acordo com ele, os três países-continentes membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia e China) estão fazendo da América Latina outro palco dos seus cenários de confronto.

    Isso acontece em particular na Venezuela, onde, de um lado, há a presença de conselheiros militares russos e um alto endividamento do país sul-americano para com a China e, de outro, os Estados Unidos pressionando pela saída de Nicolás Maduro e a convocação de novas eleições. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos também pressionam vários países, especialmente o Chile, contra a crescente presença da China em toda a da América Latina. Esses ares da nova "Guerra Fria" encontram a América Latina muito fragmentada, com instituições inoperantes (como a CELAC) ou em extinção (como a Unasul). Em sua visão, Reyes Matta reforça a urgência de encontrar novas plataformas de consenso para a América Latina e o Caribe, onde o conceito de "multiassociação internacional" seja o eixo organizador para fazer frente a este contexto ameaçador.

    Já tratando das possibilidades de cooperação entre a China e a América Latina, os professores Yan Yi e Li Xue, da Universidade de Hebei, China, contribuíram com o artigo “Research on the current situation and countermeasures of financial integration in China and Latin America”. De acordo com os autores, a cooperação comercial e financeira entre os dois lados está no seu melhor momento na história, da mesma forma que a cooperação para a promoção do desenvolvimento econômico entre China e da América Latina e sua contribuição para a economia global. Nesse sentido, o artigo apresenta uma lista de contramedidas para promover a interação benigna entre a China e a América Latina, a partir dos aspectos da economia real e serviços virtuais e de micro e macro regulamentações envolvendo os seguintes pontos: enfrentar o déficit de financiamento, aumentar o investimento de capital, realizar cooperação financeira multilateral, expandir o investimento greenfield, apoiar a economia real, incentivar empresas chinesas a fazer investimentos diretos diferenciados e complementares na América Latina e construir um sistema regional de alerta de risco financeiro.

    Observado as possibilidades de cooperação entre China e América Latina do ponto de vista da construção de infraestruturas, Mauri da Silva, docente da FATEC de Ourinhos, em seu trabalho “Reflexões sobre a inciativa OBOR na América Latina e sua ajuda à superação na deficiência em infraestura econômica na região”, verifica que há uma grande defasagem do setor de infraestrutura da América Latina em disponibilidade com qualidade em relação aos países desenvolvidos. Isto é fruto da incapacidade histórica da região de estabelecer estratégias - e em levantar fundos em quantidade e prazo adequado.

    No limiar do século XXI a China despontou na arena internacional como um ator global de peso. Com visão de longo prazo e poupança, ela lançou a iniciativa Uma Rota, Um Cinturão (OBOR, no inglês). Esta estratégia está baseada no planejamento, execução e financiamento de uma rede de infraestrutura ligando África, Ásia e Europa cujo propósito é aumentar sua área de influência econômica-política no mundo, assim como dinamizar seu crescimento econômico. Com isso, seu trabalho busca responder à seguinte questão: qual o potencial da iniciativa OBOR para melhorar a infraestrutura de nossa região?

    Também abordando o tema da Nova Rota da Seda, Marcos Cordeiro Pires, docente da Unesp-Marília, nos brinda com seu artigo “A iniciativa Cinturão e Rota: suas derivações políticas, econômicas e culturais e seus vínculos com o futuro da América Latina”. Seu artigo tem por objetivo refletir sobre as possibilidades de cooperação entre a China e os países latino-americanos por meio do Fórum China-CELAC e também de uma eventual inclusão de nossa Região na Iniciativa Cinturão e Rota, tal como propôs o Ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, na reunião ministerial do Fórum China-CELAC realizada em janeiro de 2018, em Santiago do Chile.

    Para fazer frente a esta discussão, tratou-se de analisar aspectos políticos e econômicos que marcam o contexto regional, como a atuação dos Estados Unidos como tradicional potência hegemônica na América Latina e também as crises política e econômica que afetam a articulação regional. Num segundo momento buscamos refletir sobre as potencialidades da cooperação de modo a identificar os desafios e as oportunidades decorrentes de uma maior vinculação com a China num contexto de mudança tecnológica, como a Quarta Revolução Industrial. Esta tende a impactar áreas como a infraestrutura, meios de pagamento, Internet das Coisas, economia criativa, etc. O artigo conclui que para uma melhor cooperação com a China os países da América Latina precisam definir suas próprias prioridades e efetivamente se articularem para obter maiores benefícios nessa relação.

    O professor e engenheiro chileno José Luis Valenzuela, vinculado ao Centro de Estudos Latino-Americanos sobre China (CELC), da Universidade Andrés Bello, busca refletir sobre a defasagem tecnológica de nossa região e sobre as possibilidades de cooperação com a China nesta área. Seu trabalho “A necesidad de buscar un acuerdo científico-tecnológico entre la República Popular China y los países latinoamericanos”, parte do pressuposto de que o mundo avança aceleradamente em direção a uma nova ordem global que, impulsionada pelo desenvolvimento de uma revolução científico-tecnológica com características altamente disruptivas, gera uma nova sociedade na qual os países líderes tenderão a se diferenciar ainda mais dos países atrasados, repetindo e ampliando um fenômeno similar ao que ocorreu na época da Primeira Revolução Industrial.

    Na análise, Valenzuela mostra que tanto a América Latina quanto a África são continentes atrasados e que há uma necessidade urgente em se buscar um salto na capacidade de desenvolvimento da Ciência e Tecnologia. Desta forma, julga ser importante a adoção de estratégias sinergéticas dentro de cada continente e entre os dois continentes. No entanto, pondera que frente à magnitude do desafio, torna necessário ir ao encontro de uma associação com atores de alto nível desenvolvimento, entre os quais a República Popular da China, que se destaca como um parceiro altamente desejável.

    A professora Mónica Ahumada Figueroa, da Universidade Tecnológica de Chile (INACAP), centra sua análise sobre a cooperação com a China a partir da perspectiva da Aliança do Pacífico. Seu texto “las proyecciones de la alianza del pacífico y las oportunidades de cooperación con China”, coloca como problema central discutir sobre a viabilidade de implementar as quatro linhas de ação da Aliança do Pacífico, quais sejam, tornar os países do bloco mais integrados, mais globais, mais conectados e mais cidadãos, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, vis-à-vis à cooperação com outros atores extrarregionais, como no caso a China.

    Na sequência, Zhou Zhiwei, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ILAS/CASS), um dos maiores especialistas chineses sobre o Brasil, em seu artigo “Prospect of China-Brazil relations from the perspective of “the belt and road initiative” faz uma retrospectiva sobre a relação bilateral, desde o governo sarney (1985-1990). Zhou Zhiwei trata de analisar o estado atual e as características das relações sino-brasileiras, aclarar alguns problemas e disputas nas relações bilaterais, e traçar algumas perspectivas sobre as relações entre China e Brasil a partir dos conceitos da “Iniciativa Cinturão e Rota".

    De acordo com Zhou Zhiwei, desde o início do novo século, a ascensão da China tornou-se uma variável estratégica para a política externa brasileira. Com base nisso, a relação entre a China e o Brasil entrou em um estágio de rápidos avanços, com significativos resultados alcançados pela cooperação em vários campos. As relações políticas mostraram uma tendência de "escalada gradual", e a cooperação econômica e comercial alcançou benefícios mútuos e resultados ganha-ganha. Com o conteúdo de parcerias estratégicas, a cooperação em governança global tornou-se um importante ponto de crescimento nas relações bilaterais.

    O artigo de Luís Antonio Paulino, professor da Unesp de Marília e Diretor do Instituto Confúcio na Unesp, trata de discutir um importante aspecto da diplomacia pública chinesa que são os Institutos Confúcio, no seu artigo “O papel dos Institutos Confúcio no Brasil durante no período 2008-2018: a experiência do instituto Confúcio na Unesp”. De acordo com Paulino, a criação dos Institutos Confúcio no Brasil veio atender uma necessidade importante para o país, que é a de formar uma nova geração de pesquisadores, cientistas, funcionários do governo, empresários, universitários e técnicos com o conhecimento da língua chinesa. Relacionar-se com a China, sobretudo nessa nova etapa da globalização, na qual a integração rasa entre países, proporcionada pelo comércio, dá lugar para uma integração profunda, por meio das cadeias globais de valor, que exigem coordenação de regras e políticas, é uma necessidade inescapável para o Brasil continuar seu processo de desenvolvimento e defender seus interesses econômicos e geopolíticos. Assim, é fundamental o papel que os Institutos Confúcio no Brasil estão desempenhando para a formação dessas novas gerações de brasileiros que terão que lidar com a China.

    O último artigo do dossiê, “Las relaciones contemporáneas China-America latina: el giro hacia el Pacífico”, de autoria de Lucas Nascimento e Mônica Maynetto, tem por objetivo analisar o aprofundamento das trocas comerciais e a mudança do pivô geopolítico da região para o Pacífico. Os autores pontuam as reações dos Estados Unidos à presença chinesa na região, sobretudo no que se relaciona ao Acordo de Cooperação Econômica Transpacífica (TPP), e por fim verificam as possíveis mudanças estratégicas na América Latina em relação aos câmbios geopolíticos e hegemônicos globais.

    Os autores concluem que diante das atuais mudanças estratégicas nas regras da economia mundial, a América Latina e o Caribe deveriam aproveitar as oportunidades de investimento por meio da busca de inclusão na Nova Rota da Seda. O artigo pontua que a inserção na nova Rota da Seda seria importante para a América Latina e Caribe alcançar níveis mais elevados de fluxos comerciais e garantir a acumulação de material necessária para o seu pleno desenvolvimento.

    Diante da riqueza das temáticas e de abordagens, desejamos aos leitores que este dossiê de Mundo e Desenvolvimento possa proporcionar um entendimento maior sobre o relacionamento entre a América Latina e a República Popular da China.

    Boa leitura!

     

    André Scantimburgo (Editor)

    Marcos Cordeiro Pires (Coordenador do IEEI-Unesp)

     

    Maio de 2019.

    ISSN 2596 - 108X

     

  • Mundo e Desenvolvimento (Revista do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais) Donald J. Trump e a Ascensão Populista: embates ideológicos nos EUA e seus desdobramentos e impactos na conjuntura política internacional. ISSN 2596-108X
    v. 1 n. 1 (2018)

    É com muita satisfação que apresentamos aos leitores o novo periódico acadêmico “Mundo e Desenvolvimento – Revista do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais – IEEI-UNESP”. Trata-se de uma publicação semestral multidisciplinar que busca divulgar trabalhos das áreas de Ciência Política, Economia Política, História, Geopolítica e Relações internacionais.

    O Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) é um centro multidisciplinar de reflexão e análise sobre as questões econômicas e internacionais, concebido e fundado por Gilberto Dupas em 2002 e liderado por ele até sua morte, em fevereiro de 2009. Em 3 de abril de 2009, culminou o processo que o próprio Gilberto Dupas ajudara a coordenar de incorporação do IEEI pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), na condição de instituto especial vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa. Hoje o IEEI - Unesp está vinculado ao Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais – IPPRI, unidade especial da Unesp vinculada diretamente à Reitoria da Universidade.

    Na sua nova condição, o IEEI-UNESP mantém seus objetivos e princípios acadêmicos iniciais de realizar estudos, análises e pesquisas multidisciplinares sobre as questões econômicas e internacionais, congregar especialistas de diversas áreas para promover e enriquecer o debate dessas questões, produzir e divulgar trabalhos e promover parcerias com entidades públicas e privadas nas diversas atividades pertinentes ao seu objeto de atuação. A nova revista segue estes princípios.

    “Mundo e Desenvolvimento” busca divulgar artigos, resenhas e entrevistas que privilegiem a investigação a partir de um enfoque multidisciplinar, plural e crítico, abordando temas como a globalização, a integração regional em seus múltiplos aspectos, o sistema financeiro internacional, o papel dos Estados Nacionais e do direito internacional, os conflitos internacionais, o complexo de regimes ambientais nacionais e internacionais e a expansão dos meios de proteção dos direitos humanos. Inclui também abordagens voltadas para análises comparativas e históricas sobre as políticas exteriores, os processos de integração regional e cooperação entre países e o papel das instituições internacionais.

    O corpo Editorial da Revista é composto por pesquisadores nacionais e estrangeiros oriundos de renomadas universidades e centros de pesquisa. O apoio e o incentivo dos colegas foram essenciais para a materialização desta ideia.

     

    Boa Leitura!

     

    Marcos Cordeiro Pires (Coordenador do IEEI-UNESP)

    André Luis Scantimburgo (Editor chefe)