Multilateralismo e a Política Externa Brasileira, retórica?

A atuação brasileira na América do Sul de 2000 a 2016

  • Barbara Carvalho Neves Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas
Palavras-chave: política externa brasileira, regionalismo, América do Sul, infraestrutura

Resumo

O século XXI se apresentou como o período do multilateralismo, marcando a criação de diferentes mecanismos de cooperação internacional e regional, na busca por unir esforços para ampliar as relações político-econômicas entre países, diminuir a vulnerabilidade de um espaço regional diante do sistema, ou até mesmo como mecanismo de governança. Ainda assim, recentemente muito se questiona sobre a crise do multilateralismo no cenário internacional. Diante de tal problemática este artigo busca discutir a cooperação multilateral a partir da compreensão das ações externas de um país específico, o Brasil. Apesar de o governo brasileiro ter sido um ator defensor do multilateralismo desde os anos 2000, diante das iniciativas multilaterais para a integração da América do Sul suas ações se tornaram contraditórias. A partir da análise documental e realização de entrevistas foi possível observar que nas iniciativas para a integração da infraestrutura regional as ações do Brasil, assim como dos países sul-americanos, se destacaram em seu caráter nacional, e sua atuação se limitou ao âmbito bilateral. Dessa maneira, é questionado se o multilateralismo se consolidou como plataforma de execução de ações conjuntas ou apenas como ferramenta para a inserção de vontades e interesses nacionais no âmbito regional.

Biografia do Autor

Barbara Carvalho Neves, Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas

Doutoranda e Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais - San Tiago Dantas (PUC-SP, UNESP, UNICAMP), com bolsa CAPES

Publicado
2019-12-28